Marcos Becho*
U m acervo vivo de bonecos. Esse é o Giramundo, que modificou a cena artística mineira e nacional, no distante ano de 1971, ao levar ao público adulto e infantil inesperada visão artística do teatro de bonecos e marionetes. Desde então, o grupo montou 34 espetáculos teatrais, construindo acervo próximo de 1.500 bonecos e objetos de cena, considerado o maior da América Latina.
Todos eles se mantém ‘vivos’ porque estão regularmente em cena e também expostos no Museu Giramundo. Aberto ao público, podem ser visitados na rua Vargina 245, no bairro Floresta, em Belo Horizonte. No mesmo local, é possível acompanhar os espetáculos, no espaço de teatro do grupo.
A história do Giramundo está ligada aos artistas plásticos e professores da UFMG Álvaro Apocalypse, Tereza Veloso e Madu, que o criaram em 1970. No ano seguinte, estrearam a peça ‘A Bela Adormecida’, encantando o público. Em diversos momentos, o grupo esteve presente no Festival de Inverno da UFMG, como em 2017, em que ofereceu residência em planejamento e produção de bonecos para teatro.
Inspiração
A história e presença do grupo na vida cultural do país é extensa e pode ser conhecida no site http://www.giramundo.org. Especialmente na produção de personagens cênicos, seus trabalhos experimentaram diversas formas, técnicas e referências culturais nacionais e internacionais.
De acordo com a atual diretora do grupo e filha de Álvaro e Terezinha, Beatriz Apocalypse, seus pais se inspiraram nos teatros de bonecos da França e trouxeram o conceito para o Brasil. “Meus pais já tinham um histórico com animação e escultura, por isso o interesse pelos bonecos”, conta Beatriz.
Neste ensaio, trazemos uma entrevista com Beatriz Apocalyse, cenas da residência artística no 49º Festival de Inverno e imagens que expõem a impressionante expressividade dos ‘bonecos vivos’ do Giramundo.
OFICINA
Residência artística do Giramundo no 49º Festival de Inverno da UFMG, que aconteceu em Belo Horizonte de 28 de julho a 4 de agosto de 2017. Acompanhe:
Na foto ao lado, vê-se bonecos do espetáculo Os Orixás. Eles estão no repertório do grupo, que inova não apenas nos temas dos montagens, mas também nas técnicas de construção dos bonecos.
Cartazes de espetáculos do Giramundo
Entrevista
Conheça mais sobre a história e trajetória do Giramundo em entrevista de Beatriz Apocalypse:
* Marcos Becho é jornalista multimídia no setor de Mídias Sociais da UFMG